sábado, 25 de agosto de 2007

Introdução

A Arte Fantástica é do meu ponto de vista a Grande Arte, porque sem dúvida ela tem existido desde o princípio da humanidade até aos dias de hoje e de certeza que se perpetuará no futuro.

A Grande Arte ou Arte Fantástica caracteriza-se pela transformação do real em imaginário e tem sempre uma conotação figurativa, além de transmitir diversas abordagens que podem ir do sonho ao sobrenatural, das premonições às visões de um mundo diferente, passando por expressões de crises sociais, além do cómico, do mítico, do erótico ou do horror.

Mais ainda, a Grande Arte tem ao longo da história da humanidade através do simbolismo, contado e interpretado, os mais importantes contos e lendas, bem como tem estado sempre presente em todas as culturas e religiões de todos os povos.

Na chamada pré-história, ela é a mais significativa forma de expressão artística.
Se analisarmos os objectos mais antigos e artísticos que conhecemos, verificamos que se trata de Arte Fantástica, disso é o exemplo da escultura conhecida como “Vénus de Willendorf” que se estima ter 25.000 A.C., é uma peça em calcário que mede 11 cm de altura e que se encontra no Naturhistorisches Museum em Viena, Áustria. Esta peça mostra uma figura feminina de formas exageradas querendo de certo, simbolizar fertilidade.
O que a caracteriza de Arte Fantástica é o facto de ter a idade que tem e de não ser anatomicamente realista, sem que no entanto o deixe de ser.


(Vénus de Willendorf)

Em muitos outros exemplos podemos ver essa força fantástica da Grande Arte, nas pinturas rupestres onde animais e humanos se amontoam em diferentes dimensões como que de um sonho se tratasse.

(Pintura rupestre, batalha)

A fantasia na arte e nas culturas dos povos antigos, aparece bem representado no Egipto, na China, na Índia, no México ou noutro qualquer país onde a sua maior representatividade é nas religiões, por exemplo os deuses do antigo Egipto, são meios humanos meios animais, o mesmo acontece ainda hoje no hinduísmo.


(Arte Egípcia, Deus Horus)

(Arte Grega, Minotauro)

(Arte Indiana, Ganesha e o rato)

Por sua vez, outros povos também utilizaram e utilizam a Arte Fantástica nas suas lendas, onde aparecem dragões, cavalos alados, unicórnios e sereias entre outras criaturas míticas e fantásticas.
Mesmo em tempos mais recentes desde o renascimento ou na era moderna, a Arte Fantástica foi sempre a Grande Arte, a qual, muitos artistas utilizaram nas suas criações para dessa forma transmitirem os seus pensamentos e ideias, é o caso de Hieronymus Bosch, o grande pintor que viveu entre 1450 e 1516, que sem dúvida alguma foi um dos grandes artistas do fantástico.
Também outros artistas, pintores, escultores, arquitectos, escritores, músicos ou cineastas têm criado grandes obras de Arte Fantástica um pouco por todo o mundo.

Nem com o aparecimento de estilos abstractos e outros, onde a figura, o simbólico, o visionário ou a fantasia não existem e que têm bastante aceitação por parte do público, a arte fantástica continua presente, por vezes sem se dar conta dela em todas as sociedades e culturas.

Com o desenvolvimento da psicologia, o fantástico na arte, teve um outro alento bem como no aparecimento de novas técnicas e tecnologias, os conceitos e formas de expressão e realização das obras de arte, sofreram alterações extraordinárias.

Por todo o mundo existem grandes artistas a produzirem grandes obras, nas mais diferentes áreas e como tudo na vida, se movimenta em ciclos, os ciclos na Arte Fantástica sempre se fizeram e irão continuar a fazer-se, sem que o fantástico desapareça como expressão artística, de comunicação e cultura, porque como Grande Arte que é, sempre existiu ultrapassando as modas e todos os “ismos”, de certo que nunca irá acabar, porque a humanidade é criativa e o artista tem que o ser e sendo criativo, transformador e comunicador, nunca a Arte Fantástica, também Intemporal, pode acabar.